Sempre que pergunto aos meus clientes/pacientes sobre o que usam para adoçar os alimentos, uma grande parte parece se orgulhar de usar adoçantes não nutritivos, como se fosse vantagem.
Na minha opinião admiro as pessoas que não usam qualquer adição de adoçantes mesmos em sucos de limão ou café. O ideal é sempre apreciar o sabor natural do alimento. Lanço esse desafio pra vocês!
Mas se ainda for necessário usar alguma coisa, você tem que decidir qual substância quer consumir. Elas são conhecidas como edulcorantes. E existem os nutritivos (aqueles que possuem valor calórico e dão corpo ao alimento) e osnão nutritivos (que não possuem valor calórico e têm doçura acentuada).
Vale a pena lembrar que a substância edulcorante é responsável por conferir o sabor doce aos adoçantes.
Vou mostrar algumas diferenças para que você possa fazer sua escolha.
- Edulcorantes não nutritivos naturais:
- Stévia: é cerca de 300x mais doce que a sacarose (açúcar de mesa). Tem sabor amargo de mentol. É totalmente absorvido e eliminado na urina. Baixo risco toxicológico. Alguns estudos indicam propriedades anti-hipertensivas. Pode mascarar exames de rastreamento e diagnóstico de diabetes durantes a gestação.
- Edulcorantes não nutritivos sintéticos:
- Sacarina: Primeiro adoçante totalmente artificial a ser descoberto. Tem poder adoçante de 200-700 vezes superior ao açúcar. Foi proibido durante 2 anos por indícios de causar câncer de bexiga em ratos no laboratório, mas liberaram depois de analisarem que seria necessário doses muito altas para ter efeito colateral. Não deve ser utilizado por gestantes por atravessar a placenta e aparecer também no leite materno.É também contra indicado para hipertensos.
- Ciclamato: Edulcorante totalmente sintético. Foi proibido durante 20 anos por indícios de causar câncer, eu foi descartada após alguns estudos. Não deve ser usado por gestantes por atravessar a placenta e níveis sanguíneos do feto. É também contra indicado para hipertensos.
- Sucralose: É obtido através da modificação da molécula de sacarose (açúcar de mesa). Apresenta sabor agradável. É 600x mais doce que a sacarose, alta resistência térmica. É absorvido e eliminado sem sofrer alterações. É indicado à seres humanos em diversas fases da vida.
- Acessulfame-K: É um sal de potássioproduzido a partir do ácido acético. Tem poder adoçante 180-200 vezes superior à sacarose. Estável à altas temperaturas. Não sofre alteração após sua absorção. Deve ser evitado por pessoas que têm que restringir o potássio na dieta como os pacientes com problemas renais.
- Aspartame: O aspartame é a combinação do ácido aspártico com a fenilalalina, sendo digerido pelo organismo como proteína. É 120 vezes mais doce que a sacarose. Perde seu sabor em altas temperaturas. Pessoas portadora de fenilcetunúria não devem utiliza-lo devido a presença de fenilalanina em sua composição. Deve ser evitado por grávidas. É liberado para diabéticos.
- Edulcorantes nutritivos:
- Polióis: São também denominados açúcares de álcoois e são amplamente distribuídos no reino vegetal e Apesar de serem naturais sua extração se torna economicamente inviável, devido aos baixos teores, e acabam sendo sintetizados na indústria a partir de outras substâncias por hidrogenação catalítica. Dentre os polióis mais utilizados temos:
- Sorbitol: Seu poder adoçante é 50-70% menos que o açúcar. É absorvido lentamente, não alterando os níveis glicêmicos. Não é cariogênico. De modo geral apresenta 2,4kcal/g. Apesar de não serem considerados tóxicos, doses elevadas podem proporcionar efeitos laxativos e diuréticos, flatulência e cólicas. Aumenta a excreção de cálcio, predispondo à pedras nos rins (litíase renal).
- Xilitol: Pode ser produzidos por métodos químicos ou biológicos. A doçura é semelhante à sacarose. Tem característica de prevenção contra cáries. Estimula a liberação de insulina.
- Manitol: Pode ser conseguido de forma química ou biológica. Apresenta ação mais laxativa entre os Polióis. Também libera insulina Admite-se um valor calórico de 2kcal/g.
- Polióis: São também denominados açúcares de álcoois e são amplamente distribuídos no reino vegetal e Apesar de serem naturais sua extração se torna economicamente inviável, devido aos baixos teores, e acabam sendo sintetizados na indústria a partir de outras substâncias por hidrogenação catalítica. Dentre os polióis mais utilizados temos:
- Frutose: Edulcorante natural. É um carboidrato encontrado nas frutas, mel e alguns cereais. Apresenta valor calórico de 4kcal/g. Alto poder adoçante, 1.7x mais que a sacarose. Não necessita de insulina para seu metabolismo, sendo indicado para diabéticos. O uso deve ser restrito em cardíacos, uma vez que pode aumentar os lipídieos sanguíneos (triglicérideos). Pessoas com alteração no ácido úrico também deve fazer o uso com parcimônia.
- Glicose: é o mais importante açúcar circulante no sangue dos animais superiores. As células a usam com fonte de energia, fornece 4kcal/g. Apresenta sabor muito doce e muito solúvel em água. Em escala industrial, é produzido atráves da hidrolise do amido de milho. Apresenta grau de doçura inferior à sacarose. É cariogênica.
- Sacarose: Também conhecido como açúcar de mesa. Produzido pelas plantas pelo processo de fotossíntese (principalmente cana-de-açúcar e beterraba). É muito solúvel em água. Em uma escala de doçura, aplica-se à sacarose um valor de 100. Tem alta aceitabilidade, palatibilidade, disponibilidade e baixo custo de produção. Tem valor calórico de 4kcal/g. É cariogênico. Aumenta rapidamente os níveis de insulina e glicose sanguínea. Não deve ser usado por diabéticos.
- Açúcar invertido: É um derivado da sacarose. Tem o poder adoçante 1.2 vezes maior que a sacarose. Devido o processo de hidrolise, adquiri uma característica de baixa cristalização, alta solubilidade e maior poder de retenção de água. Não é aconselhado para diabéticos.